Construí minha carreira no mundo corporativo.
Ao longo de 15 anos, passei por grandes companhias como Monsanto, Roche, Basf e Ubyfol. Empresas que, durante muito tempo, fizeram sentido para mim. Elas representavam crescimento, desafios e a oportunidade de estar em ambientes de inovação e impacto.

Conheci pessoas incríveis nesse percurso. Tive líderes e colegas que me ensinaram muito — sobre desenvolvimento humano, liderança verdadeira, cuidado e o valor de viver cada etapa da jornada profissional.
Também encontrei desafios. Algumas experiências me fortaleceram. Outras, nem tanto. Em certos momentos, as lições foram duras. Questionei minha capacidade e me perguntei se o rumo que eu estava tomando refletia quem eu realmente era. Vi culturas organizacionais saudáveis e outras que esgotavam mais do que inspiravam.

Cada ambiente me trouxe aprendizados — inclusive sobre o que eu não queria repetir.

E já, mais recentemente, no meio dessa jornada, também compreendi algo essencial sobre mim mesma: sou uma pessoa neurodivergente.
Esse reconhecimento não foi um obstáculo, na verdade ampliou minha capacidade de acolher diferentes formas de sentir, pensar e transformar. Permitiu integrar ainda mais minha experiência clínica com minha vivência no desenvolvimento humano — e compreender que pensar diferente não é um desafio. É uma riqueza.

Aos poucos, algo começou a mudar. Um chamado silencioso foi surgindo no meio das entregas, reuniões e metas.


Eu queria ser um agente de transformação real — não apenas atuando como facilitadora — enabler — de pessoas para alcançar resultados e superar desafios, mas aproximando-as de quem realmente são.

Já não cabia em espaços que pediam desempenho sem escuta, repetição sem propósito.

Foi então que, ainda de maneira tímida e em paralelo, iniciei minha atuação na clínica.
Senti o frio na barriga de quem está começando de novo.

Mas logo entendi que eu não estava recomeçando. Estava integrando.

Cada experiência no mundo corporativo me fortaleceu e me deu repertório para me tornar uma psicóloga que compreende os dilemas reais de quem vive os desafios profissionais e pessoais de hoje. A cada nova pessoa, nova história e nova conexão, meu propósito se tornava mais claro.

Transitei entre ambientes diversos, conheci pessoas de diferentes lugares do mundo e percebi uma transformação: a necessidade de estar do outro lado. Do lado de quem acolhe, cuida, escuta e também propõe desafios — sempre com respeito pelo tempo e pela história do outro.

Assim redescobri o que faço de melhor:
Criar espaços onde as pessoas possam olhar para suas dores, mas também para suas potencialidades.
Onde possam entender o que precisa ser transformado e o que merece ser fortalecido.
Onde possam escutar o que o corpo e a alma tentam dizer quando as palavras já não dão conta.

Aprendi que tudo é jornada — jornada da vida, do desenvolvimento e da possibilidade de viver com mais verdade. Estamos sempre criando, aprendendo e ressignificando.

Foi dessa travessia que nasceu a Senda da Alma.

Mais do que um espaço de atendimento psicológico, a Senda é um convite à reconexão.
Um lugar onde a psicologia profunda — com base na abordagem analítica — encontra a prática, onde a escuta se transforma em movimento e onde as dores silenciosas podem finalmente ser acolhidas e transformadas — individualmente e em grupo.

A Senda da Alma é o caminho que une tudo o que vivi e tudo o que acredito.


Meu propósito é caminhar ao lado de quem deseja reencontrar sua própria voz, sua própria história e as escolhas que podem dar novo sentido ao que, por vezes, parece apenas sobrevivência.


Thaís Pontin
Psicóloga | Fundadora da Senda da Alma
"Este espaço nasce da escuta de muitas histórias — e da minha própria travessia.
Hoje, ele é pausa, reconexão e movimento."