Além do Cargo #4: Quando ouvir é mais importante do que responder

30 outubro, 2025

Escutar é um ato raro e, hoje em dia revolucionário.


No dia a dia, no trabalho, em diferentes momentos, a gente se acostumou a ouvir só para responder, e não para compreender. Enquanto o outro fala, a mente já formula o contra-argumento, o exemplo pronto, a justificativa que defende o próprio ponto – o plano é finalizar a conversa o quanto antes, resolver o problema, partir para o próximo tema.

O ponto aqui é que a verdadeira escuta não cabe nesse ritmo.
Ela exige pausa e presença. E não só corpo presente, mas corpo e mente. É a escolha consciente de abrir espaço dentro de si para que a voz do outro caiba, sem precisar disputar território.

Há algumas semanas vivi uma conversa no minimo curiosa. Era para ser um daqueles momentos em que o mais importante não era avaliar entregas, mas escutar o que foi vivido.
Na conversa eu percebia falas prontas vindo do outro lado, como se o roteiro já estivesse escrito antes mesmo do encontro começar, como se o chatgpt tivesse escrito o roteiro da conversa e claramente não havia espaço para troca. Era um monólogo e eu era a audiencia.


Nesse instante que me dei conta de algo: quantas vezes a gente acha que está ouvindo, mas só está confirmando o que já esta formatado na mente? Escutar, de verdade, é se permitir ser atravessado pelo que o outro traz mesmo que desorganize algo em nós, não tem roteiro pronto, tem escuta/troca viva.

E não é apenas o mundo corporativo que se tornou especialista em respostas rápidas. Todo mundo tem uma resposta, já viveu aquilo, uma formula mágica, um roteiro mental preparado.


Mas, às vezes, o que o outro precisa não é de uma resposta é de reconhecimento. É ser ouvido sem ser interrompido, compreendido sem ser corrigido, ser visto, sem precisar provar o próprio valor.

Escutar é um ato de humildade. É admitir que talvez o outro saiba algo que você não sabe, que a experiência dele é diferente da sua, abdicar, mesmo que por alguns minutos, do poder de estar certo. Isso é um luxo hoje em uma sociedade em que todos tem opinião a respeito de tudo, todos sabem de tudo e no fim de tudo um nada.

Uma boa escuta não resolve tudo, mas transforma o clima, a confiança, o modo como as pessoas se sentem no time, isso porque quando alguém se sente ouvido, algo dentro se reorganiza.


A defensiva baixa, o vínculo se fortalece e o diálogo começa a existir de verdade.

A escuta que transforma não é passiva, ela é atenta, curiosa e generosa, faz perguntas, se interessa. O interesse na troca não é concordar, mas compreender.

No fim do dia, escutar é um exercício de presença. E presença é o que falta quando tudo pede pressa.

Proponho um exercício da semana: em uma próxima conversa — seja com quem for, não antecipe sua resposta.
Apenas ouça.
Respire antes de falar.
Observe o que muda no outro e em você quando o silêncio deixa espaço para a escuta.

Com escuta e movimento,

Thaís Pontin
Psicóloga | Fundadora da Senda 

Minha atuação acontece no espaço onde pessoas, carreiras e organizações se encontram: apoiando executivos, líderes, equipes e jovens talentos em jornadas que despertam consciência e geram impacto real.

Na clínica ou nas empresas, sigo a mesma missão: enxergar o indivíduo em sua totalidade — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, sua singularidade e sua potência.

 

Além da #: O propósito não vem pronto

28 outubro, 2025

A gente cresce ouvindo que precisa “encontrar o propósito”. Como se ele fosse um mapa escondido, uma revelação que chega quando você acerta o emprego certo, a empresa certa, o líder certo.


Mas, no trabalho, o propósito não está pronto.
Ele se constrói.

Muitos trainees começam a jornada acreditando que propósito é algo que se sente e, quando não sentem, acham que erraram o caminho.
Mas o trabalho real, aquele que transforma, é feito de dias comuns.
De reuniões longas.

Tarefas repetitivas.

Aprendizados invisíveis.

Pequenos gestos que quase ninguém vê.

Propósito não nasce da euforia de uma conquista.
Nasce da constância.
Da entrega que amadurece, mesmo quando não há aplauso.
Da capacidade de olhar para o que parece pequeno e perceber o impacto que aquilo pode ter no todo.

A geração que chega ao mercado carrega um desejo bonito de autenticidade e é justamente esse desejo que precisa aprender a coexistir com a realidade.
Porque o propósito não se encontra pronto: ele se cultiva.
Ele aparece quando você começa a entender o sentido de estar onde está, e o que pode aprender.

Mesmo nas imperfeições do sistema.

Mesmo nas pessoas difíceis.

Mesmo nos dias cinzentos.

Trabalhar com propósito não é sentir paixão todos os dias.
É estar presente o suficiente para perceber quando algo começa a fazer sentido e ter coragem de continuar, mesmo antes de sentir.

No fim, o propósito não vem do cargo, do crachá ou da empresa.
Ele nasce do que você faz com tudo isso.
E cresce, silenciosamente, nas escolhas que você faz todos os dias.

Com escuta e movimento,


Thaís Pontin
Psicóloga | Fundadora da Senda | Head de Desenvolvimento na VES

Minha atuação acontece no espaço onde pessoas, carreiras e organizações se encontram: apoiando executivos, líderes, equipes e jovens talentos em jornadas que despertam consciência e geram impacto real.

Na clínica ou nas empresas, sigo a mesma missão: enxergar o indivíduo em sua totalidade — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, sua singularidade e sua potência.

 

Além do Cargo #3: Sabia que tudo o que você viveu também conta?

20 outubro, 2025

Há um momento na vida em que a gente para de perguntar “onde errei?” e começa a se perguntar: “ok, o que aprendi?”

Claramento não é um movimento simples. A gente passa tanto tempo tentando corrigir o passado que esquecemos que sempre fará parte da nossa construção. Cada decisão, mesmo aquelas que pareciam desajuste, bagunça, barulho, foi uma tentativa de cuidar de si, de movimento que nos faz olhar para segurança, afeto, pertencimento.

Apropriar-se da própria história não é sobre romantizar o que doeu, mas reconhecer que a dor também é parte da formação. Estamos falando aqui sobre recolher o que se perdeu no caminho e entender que ali também existia vida pulsando.

Winnicott dizia que ser autêntico é conseguir sustentar o que é verdadeiro em nós mesmo diante das expectativas, ou seja, sustentar o gesto que é só nosso, aquele que não precisa de aprovação pra existir.

Por muito tempo, aprendemos a caber nos moldes.

Por muito tempo, adaptamos demais.

Nos adaptamos às expectativas, aos cargos, aos modelos de sucesso que são impostos. Mas uma hora o corpo e o inconsciente pedem espaço. E é nesse instante que percebemos que não se trata de apagar o que foi, mas de integrar o que nos é verdadeiro em cada escolha que fizemos, se apropriar da história dando voz ao que ficou calado, ao que, por medo ou sobrevivência, foi silenciado.


Nesse resgate há um paradoxo que nos devolve potência quando deixamos de ser prisioneiros do que aconteceu e passamos a ser autores do que significou.

Paul Ricoeur dizia que somos o que contamos de nós mesmos, ou seja, a narrativa é a forma como o passado encontra o presente para criar futuro e quando recontamos nossa trajetória, mudamos o eixo: deixamos de ser personagens à deriva e nos tornamos narradores com consciência.

Talvez o emprego que acabou, a parceria que se desfez, o plano que não se concretizou e tudo isso, visto de perto, pareça ruína. Mas, com o tempo, a gente entende que eram capítulos necessários para o enredo seguir.


Cada ciclo fechado reorganiza o que vem depois e a clareza sobre o passado é o que nos permite escolher o que escrever no próximo parágrafo.

Apropriar-se da própria história é um ato de coragem e escolha.
Como diria Brené Brown, exige vulnerabilidade, o risco de ser visto por inteiro. Mas é também o que Viktor Frankl chamaria de liberdade última: a de escolher o sentido que damos às nossas experiências.

Quando paramos de medir a vida pelos resultados e começamos a honrar o processo, descobrimos algo simples e profundo onde nada do que vivemos foi em vão.
O que antes parecia erro agora se revela como treino de percepção.
O que antes era queda, agora é terreno fértil para reconstrução.

Talvez pessoal, apropriar-se da própria história seja isso: transformar carga em bagagem.
Carregar o que serve, deixar o que dói, e seguir sabendo que cada parte de nós tem algo a ensinar. A vida profissional não é uma linha reta, é uma travessia feita de escolhas conscientes, reencontros e reinterpretações. E o futuro que escolhemos só ganha consistência quando reconhecemos o chão que nos trouxe até aqui.

Porque, no fim, a história não precisa ser perfeita, a história precisa ser nossa.

Com escuta e movimento,

Thaís Pontin
Psicóloga | Fundadora da Senda | Head de Desenvolvimento na VES

Minha atuação acontece no espaço onde pessoas, carreiras e organizações se encontram: apoiando executivos, líderes, equipes e jovens talentos em jornadas que despertam consciência e geram impacto real.

Na clínica ou nas empresas, sigo a mesma missão: enxergar o indivíduo em sua totalidade — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, sua singularidade e sua potência.

 

Até quando exaustão será vista como compromisso?

1 outubro, 2025

Vi hoje um post da página Filosofia Cultura Política que me atravessou.

Ele dizia que acreditar que o esgotamento se resolve com pausa, spa ou uma semana longe do celular é uma das marcas do nosso tempo. Que o burnout não é um colapso pessoal, mas o nome clínico de uma obediência silenciosa — a uma ordem social que nos quer esgotados, mas operantes.

E quando li isso, pensei no quanto a gente já naturalizou esse movimento. Quantas vezes repetimos para nós mesmos que “é só aguentar até o fim de semana”, “é só segurar firme até as férias”, como se pequenos respiros pudessem curar um modo de viver inteiro. Byung-Chul Han fala sobre isso: o sujeito contemporâneo acredita estar se realizando, mas, na verdade, se explora sem descanso. Somos nós, dizendo sim a tudo, carregando a engrenagem para dentro de nós, sem perceber que ela nunca se desliga.

O mais inquietante é como esse sofrimento passa a ser legitimado. Christophe Dejours mostra que o trabalho não só organiza nossa vida, mas também nosso sofrimento. E quando o sofrimento se torna coletivo, ele é normalizado. Quem nunca ouviu um “nossa, você está tão abatida” quase como um elogio? Como se o desgaste fosse prova de valor, medalha de comprometimento. Eu já vivi isso: em vez de perguntarem como eu estava, o reconhecimento veio pelo meu ar exausto. E, por um instante, quase me orgulhei daquilo.

E é aqui que entra outra camada: Herbert Marcuse já alertava que vivemos em uma sociedade que nos molda para aceitar como natural aquilo que deveria nos indignar. O cansaço virou performance. Estar esgotado se transformou em sinal de pertencimento, quase uma prova de que fazemos parte do jogo. Quem não se mostra exausto corre o risco de parecer indiferente, pouco engajado, insuficiente.

Mas há um ponto em que isso quebra. Em um encontro que facilitei com um grupo, trouxe essa reflexão: quando nosso interior nos chama de volta à essência, quando já não há mais como sustentar a imagem que tentamos manter, não adianta insistir em permanecer em lugares que já não nos cabem, em situações que não nos servem, em vínculos que nos fazem mal. Podemos até nos esforçar para preservar o status, a fachada, as aparências — mas esse esforço drena uma energia imensa. No fim, chega o ponto em que não há escolha: ou você se abre ao movimento de reconexão, ou será levado de qualquer maneira. Pode ir com dignidade, ou pode ser arrastando.

E talvez seja isso que o burnout nos mostra: não apenas um colapso, mas uma recusa a continuar reduzidos à engrenagem.


Com escuta e movimento,

Thaís Pontin
Psicóloga | Fundadora da Senda | Head de Desenvolvimento na VES

Minha atuação acontece no espaço onde pessoas, carreiras e organizações se encontram: apoiando executivos, líderes, equipes e jovens talentos em jornadas que despertam consciência e geram impacto real.

Na clínica ou nas empresas, sigo a mesma missão: enxergar o indivíduo em sua totalidade — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, sua singularidade e sua potência.

 

Olá, sou a Thaís!

15 setembro, 2025

Essa sou eu.

Thaís.


Mulher, psicóloga, atriz, filha, esposa, amiga e aprendiz constante da vida. Plural como as travessias que encontrei, tutora do Bartô 🐾 e alguém que acredita no poder dos encontros que nos levam de volta à essência.


Minha trajetória une dois mundos: o corporativo e a clínica.
No universo organizacional, vivi mais de 15 anos o desafio de mostrar que não existem resultados consistentes sem pessoas inteiras, times conectados e lideranças presentes. Traduzir essa visão em práticas que apoiam o indivíduo e fortalecem o ecossistema coletivo foi — e continua sendo — a base da minha atuação.

Na clínica, mergulhei na escuta profunda dos desconfortos humanos e transformações: o peso de viver sempre a mesma rotina, a sensação de não encontrar equilíbrio e a falta de movimento para sair do lugar. Nessa escuta, percebi que os silêncios dizem tanto quanto as palavras, e que cada história pede espaço para se reinventar.


Hoje, sigo trilhando dois caminhos que se encontram:

  • Na Senda, um espaço que nasce da escuta dos silêncios — meus e de tantas pessoas — e que se transforma em caminhos de reconexão, presença, encontro e clareza.
  • Na VES, à frente da estratégia de desenvolvimento, sigo criando experiências que conectam resultados a pessoas inteiras, sustentando a crença de que transformação só acontece quando olhamos para dentro e para fora ao mesmo tempo.


Minha missão é dar voz ao que precisa ser reconhecido, sustentar presença e transformar experiências em escolhas conscientes — do indivíduo ao coletivo, de quem começa a caminhar a quem sustenta caminhos.

Meu propósito é abrir espaços de conexão entre diferentes histórias, gerações e culturas para acolher, desafiar e impulsionar movimento, empatia e clareza de ação.


Minha base vem da psicologia profunda de Jung, que reconhece símbolos, inconsciente e processos de individuação; se conecta ao humanismo, que valoriza a liberdade e a singularidade de cada pessoa; e dialoga com caminhos contemporâneos, como a psicologia positiva, o mindfulness e a neurociência.


Todas essas experiências atravessam a mesma busca: ser inteiras, autênticas e presentes — no eu, no trabalho e no coletivo.

Cada encontro é um espaço para dar voz, sustentar presença e transformar vivências em escolhas conscientes.


Com escuta e movimento,

Thaís Pontin
Psicóloga | Fundadora da Senda | Head de Desenvolvimento na VES

Minha atuação acontece no espaço onde pessoas, carreiras e organizações se encontram: apoiando executivos, líderes, equipes e jovens talentos em jornadas que despertam consciência e geram impacto real. Na clínica ou nas empresas, sigo a mesma missão: enxergar o indivíduo em sua totalidade — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, sua singularidade e sua potência.

Porque só quando vemos o ser humano em sua inteireza é que a vida deixa de ser sobrevivência e se torna legado vivo, capaz de transformar relações, organizações e futuros.

 

Além do Cargo #2: Trabalho como Experiência, não identidade

15 setembro, 2025

Esperar que um dia tudo mude sozinho é ilusão.


Não existe trabalho perfeito entregue em bandeja de prata pelo universo.
Primeiro precisamos parar de terceirizar as coisas para fatores externos — como se o movimento e a ação não estivessem sob nossa responsabilidade.


E, sejamos francos: trabalho e perfeição na mesma frase é utopia.
É só mais uma forma de nos torturarmos, de nos condenarmos ao sofrimento eterno de nunca alcançar aquilo que não existe.


Se você não age, a vida vira repetição:

é a ansiedade com a música do Fantástico no domingo,

o loop infinito da semana em modo automático,

a sensação de viver segunda todo dia,

cargo que pesa mais do que move.

Não há mudança se não por você.

Albert Camus escreveu que “a luta para chegar ao cume já basta para encher o coração humano. É preciso imaginar Sísifo feliz”.
Na mitologia grega, Sísifo foi condenado pelos deuses a empurrar uma pedra montanha acima, apenas para vê-la rolar de volta.

Para sempre.

Um castigo sem fim.

Para Camus, Sísifo é a imagem do absurdo da vida: tarefas que se repetem, rotinas pesadas, lutas que parecem nunca terminar. Mas é aí que vem a provocação: “é preciso imaginar Sísifo feliz”.

A pedra continua sendo pedra.
O peso não desaparece.
O que muda é a forma de empurrar.
O sentido não vem de fora — nasce de como você escolhe viver a experiência todos os dias.

Novamente, não dá para terceirizar a experiência do trabalho — nem para a empresa, nem para o chefe, nem para a sorte.


Ela depende de ação intencional:

  • Você escolhe estar presente em vez de só sobreviver;
  • Você escolhe transformar a rotina em aprendizado;
  • Você escolhe assumir responsabilidade pela marca que você deixa em cada entrega.

Trabalho é experiência consigo: reconhecer seus ritmos, sustentar presença no que faz.
É experiência com o outro: transformar relações de conveniência em vínculos de confiança.
É experiência com a obra: cuidar do que você entrega como quem deixa um traço no mundo.

Mas é preciso cuidado: o trabalho não pode ser a única cena da sua experiência.
Jung chamou de persona o rosto social que usamos no trabalho — máscara legítima, mas parcial.

Quando acreditamos que ela é tudo o que somos, nos perdemos.


O trabalho pode ser travessia, mas não é o único caminho.
Há outras experiências que também pedem espaço: a que ama, a que cria, a que silencia, a que apenas existe sem entregar nada a ninguém.


Reduzir a vida à experiência do trabalho é trocar uma prisão por outra.

O trabalho sempre terá seus pesos e repetições.
Mas podemos escolher como viver essa experiência: com presença, intenção e coragem de não reduzir a vida ao cargo.


Não é se conformar —
é transformar o esforço em travessia que abre novos sentidos.

É esse movimento —
de sair da função,
assumir a experiência
e não reduzir quem você é ao cargo —
que sustenta a travessia que estamos construindo juntos aqui.

A escolha é sua.
Como você vai viver a experiência do seu trabalho nesta semana, daqui por diante?

Com escuta e movimento,

Thaís Pontin
Psicóloga | Fundadora da Senda | Head de Desenvolvimento na VES

Minha atuação acontece no espaço onde pessoas, carreiras e organizações se encontram: apoiando executivos, líderes, equipes e jovens talentos em jornadas que despertam consciência e geram impacto real.

Na clínica ou nas empresas, sigo a mesma missão: enxergar o indivíduo em sua totalidade — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, sua singularidade e sua potência.

 

Além da #: Ser trainee não é sobre status!

29 agosto, 2025

Você passou. Foi aprovado. Aê caraí!! 🎉
Isso é grande mesmo — celebra, porque não é pouca coisa.
Mas deixa eu te contar: ser trainee não é sobre status (status, grandes bostas).
Não é só “ter vencido um processo seletivo concorrido” e agora sentar esperando que tudo aconteça.
Aqui começa o trem de verdade — e é aí que mora a oportunidade de mostrar quem você é.


É sobre o que você vai fazer daqui pra frente.

Talvez você já tenha ouvido: “ser trainee é um atalho pra liderança”. Ou “é garantia de sucesso na carreira”.
A real? Não existe fórmula pronta.

 

Aqui vai a real: o que é ser trainee — e o que não é nem de perto.

🚫 O que NÃO é ser trainee

  • Não é ter promoção garantida em 1 ou 2 anos.
  • Não é só um carimbo de currículo bonito.
  • Não é crescer rápido sem consistência.
  • Não é receber todas as respostas prontas — você vai ter que descobrir muita coisa sozinho.
  • Não é ficar só observando: esperam que você pense, proponha, contribua.
  • Não é sobre privilégios — é sobre mais responsabilidade.
  • Não é um roteiro igual pra todo mundo: cada trajetória é única.
  • Não é corrida de 100 metros — é maratona de desenvolvimento.

O que É ser trainee

  • É ter acesso a um mundo de oportunidades de aprendizado. Mas o quanto você aproveita depende de você.
  • É assumir que o desenvolvimento é corresponsável: a empresa abre portas, mas é você quem escolhe atravessá-las.
  • É ser cabeça pensante e propositiva: observar, conectar pontos e trazer ideias.
  • É ouvir de verdade, mas também abrir a boca: contribuir, perguntar, propor.
  • É aprender com profundidade, não só na pressa.
  • É construir relações: ninguém cresce sozinho. Puxa um 1:1, procura um mentor, entende como o seu trabalho impacta o todo.
  • É receber feedbacks (mesmo os mais duros) e transformar em ação.

Resumindo: trainee não é sobre esperar. É sobre agir.
Quem entra achando que já está tudo garantido se engana. Quem entra disposto a aprender, contribuir e crescer, transforma a experiência.

Potencial que não é trabalhado se perde

Aqui vai um recado reto:
Ser aprovado significa que alguém viu potencial em você. Mas potencial não é garantia de nada.

👉 Talento sem dedicação se apaga.
👉 Potencial sem treino e foco se perde.

Pensa no esporte: quantas vezes você já viu a “grande promessa” que nunca virou realidade porque achou que o jogo já estava ganho?
No mundo corporativo é igualzinho.

Se você relaxar, se acreditar que já chegou lá, vai ficar pelo caminho.
O que faz diferença é constância, disciplina e entrega de verdade.

🚀 Carreira: clareza e corresponsabilidade

E depois do programa? Vai ser o quê?
A resposta sincera é: depende de você.

O programa mostra caminhos, dá clareza sobre as competências que você precisa desenvolver e as entregas que são esperadas.
Mas não existe script fechado.

O crescimento vem de escolhas, dedicação e entrega.
A empresa cria as oportunidades.
Você se prepara pra estar pronto quando elas aparecerem.

Essa é a equação.
E ela só funciona se você topar ser protagonista da sua carreira.

Ser trainee não é sobre onde você vai estar em 5 anos.
É sobre o quanto você consegue crescer, aprender e gerar impacto agora.

👉 Então, comemore sua aprovação. Mas logo depois, se pergunte:
O que eu vou fazer hoje pra garantir que meu talento não se perca pelo caminho?


Com escuta e movimento,

Thaís Pontin
Psicóloga | Head de Desenvolvimento na VES | Fundadora da Senda da Alma

Minha atuação acontece no espaço onde pessoas e negócios se encontram: apoiando líderes, jovens talentos e executivos em jornadas de desenvolvimento que geram impacto real.

Entre empresas e clínica, sigo a mesma missão: olhar para o indivíduo — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, singularidade e potência.


Porque cada pessoa é atravessada por histórias e caminhos que não cabem em manuais.

 

Por que medir inscritos não garante o sucesso do seu Programa de Trainee

29 agosto, 2025

O erro mais comum ao falar de programas de trainee é reduzi-los a uma ferramenta de Employer Branding.
Sim, eles fortalecem a marca empregadora. Mas se o RH olha para essa iniciativa apenas como vitrine, deixa escapar o que realmente importa: o impacto estratégico.

Segundo levantamentos recentes do mercado de RH:
👉 O Brasil é o país com maior turnover do mundo, com taxa mensal de 3,79% e crescimento de 56% na rotatividade em 2022.
👉 A permanência média em um emprego é de menos de 2 anos. Entre jovens, pode chegar a apenas 9 meses.


Esse cenário representa um custo alto — não só financeiro, mas também em clima organizacional e produtividade.
É nesse ponto que um programa de trainee se torna estratégico: ele pode reduzir a rotatividade, acelerar a curva de aprendizagem e preparar sucessores de forma consistente.

Trainee não é gasto: é investimento com retorno mensurável — menos turnover, mais engajamento, sucessão preparada e inovação mais rápida.


Apesar do potencial, boa parte dos programas ainda tropeça no mesmo ponto: confundir atração com engajamento.

Um estudo da USP mostra que o custo por trainee pode chegar a meio milhão de reais por ano, considerando treinamentos, workshops e estruturação.
Ainda assim, apenas 40% dos participantes afirmam considerar permanecer 10 anos ou mais na empresa.

👉 Isso revela o gap: atrair não basta se o programa não engajar de verdade.
Quando o RH mede sucesso apenas pelo número de inscritos, mas não garante uma jornada de desenvolvimento e pertencimento, o investimento deixa de gerar retorno.


E quem já mostra isso de forma contundente é a Geração Z.
Essa é hoje a geração mais móvel do mercado: 41% dos jovens de 18 a 24 anos trocaram de emprego nos últimos 12 meses.
E a motivação vai além do salário: eles buscam propósito, qualidade de vida e clareza de carreira.

Em pesquisa interna com jovens talentos:

  • 83,4% apontaram a perspectiva de crescimento como fator decisivo na escolha de programas.
  • 46,2% destacaram a importância de uma trilha de desenvolvimento estruturada.

E aqui está um ponto crucial: reter um trainee passa por oferecer perspectivas de carreira claras, mesmo que não estejam talhadas na pedra.
O que esses jovens querem enxergar é:

  • quais são os possíveis caminhos,
  • quais competências precisam desenvolver,
  • e quais entregas são esperadas deles ao longo da jornada.

Uma trilha de carreira bem comunicada não significa garantir promoções automáticas, mas sim clareza de possibilidades e corresponsabilidade.
O crescimento dependerá tanto da empresa, ao abrir oportunidades, quanto do engajamento e dedicação do próprio trainee em assumir esse papel.

Essa clareza transforma o trainee em protagonista do próprio desenvolvimento, entendendo que o futuro de sua carreira depende tanto da empresa quanto do seu engajamento.

E o que isso significa para RH? Isso significa ir além da atração.



Desenhar um programa de trainee é criar uma experiência que transforme expectativa em engajamento, e engajamento em impacto real para o negócio.

Um trainee certo, na estrutura certa, pode acelerar uma cultura inteira, trazer novas competências e garantir a sustentabilidade da empresa no futuro.

🚨 E em breve, vamos lançar um estudo exclusivo sobre o que a Geração Z espera de seleção e engajamento — e como os programas de trainee podem evoluir para responder a esse desafio.

Se sua empresa ainda mede o sucesso de um programa apenas pelo número de inscritos, talvez esteja deixando de lado uma das maiores oportunidades de transformação organizacional em 2025.


👉 E você, o que sua empresa mensura hoje: inscrições ou impacto? Vamos conversar sobre isso, @vesjobs | vesjobs.com


Thaís Pontin
Psicóloga | Fundadora da Senda da Alma | Head de Desenvolvimento na VES


Minha atuação acontece no espaço onde pessoas, carreiras e organizações se encontram: apoiando executivos, líderes, equipes e jovens talentos em jornadas que despertam consciência e geram impacto real. Na clínica ou nas empresas, sigo a mesma missão: enxergar o indivíduo em sua totalidade — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, sua singularidade e sua potência.


Porque só quando vemos o ser humano em sua inteireza é que a vida deixa de ser sobrevivência e se torna legado vivo, capaz de transformar relações, organizações e futuros.


 

Além do Cargo #1: E se a sua carreira pudesse ser escolha, e não destino?

27 agosto, 2025

Quantas vezes você já tomou decisões de carreira movida pela necessidade imediata — e não pela consciência do lugar onde sua potência realmente pode florescer?

Vivemos em um tempo em que a pressa dita o rumo. As escolhas são feitas pela urgência do agora: manter o emprego, atender a expectativas externas, alcançar o próximo título. Mas, nesse movimento acelerado, perdemos de vista algo essencial: a clareza de jornada.

Carreira não é linha reta. É travessia.
E travessia não se mede pela velocidade, mas pela consciência de cada passo.

A travessia como clareza é olhar para si com gentileza, reconhecer a própria pluralidade e compreender que não existe apenas um único caminho é o primeiro passo para escolhas mais conscientes.

Essa clareza não nasce de respostas prontas. Ela se constrói quando nos permitimos pausar, escutar nossa própria história e dar lugar ao que, muitas vezes, silenciamos em nome da produtividade.

Segundo a Deloitte (2024), 70% dos jovens profissionais afirmam sentir que estão em carreiras “sem direção clara”. Esse dado mostra que a ausência de clareza não é exceção — é um dos maiores desafios da vida profissional hoje.

Potência em vez de sobrevivência nos leva a refletir sobre quando a carreira é conduzida apenas pela necessidade, ela se torna espaço de sobrevivência. Mas, quando guiada pela consciência, se transforma em potência.

Potência é o lugar onde o que sabemos fazer, o que amamos e o que o mundo precisa encontram um espaço comum. É quando deixamos de apenas reagir ao contexto e passamos a agir com intencionalidade.

Na psicologia analítica, Jung descreve a individuação como o processo de integrar fragmentos da personalidade e agir a partir de um centro mais consciente. Esse movimento não é sobre perfeição, mas sobre escolhas que nos aproximam de quem realmente somos.

Daniel Goleman, ao falar de inteligência emocional, também ressalta que a autoconsciência é a base da tomada de decisão eficaz. Escolhas conscientes não apenas reduzem impulsividade, mas ampliam nossa capacidade de alinhar ações ao que tem valor real.

No contexto das organizações, pesquisas do MIT Sloan (2023) mostram que profissionais que percebem ter autonomia para fazer escolhas conscientes sobre suas carreiras têm 2,4 vezes mais engajamento e maior permanência nas empresas.

Carreiras conscientes não impactam apenas indivíduos. Elas reverberam em culturas organizacionais mais humanas, em lideranças mais presentes e em equipes mais engajadas.

Porque quando pessoas caminham conscientes, carreiras se tornam mais potentes.
E quando carreiras florescem, organizações se tornam mais humanas e sustentáveis.

Um estudo da McKinsey (2023) mostra que empresas com maior alinhamento entre propósito individual e organizacional têm 5 vezes mais engajamento e 2,5 vezes mais retenção de talentos. Ou seja, clareza de jornada não é só benefício pessoal — é vantagem estratégica.

Carreiras conscientes não impactam apenas indivíduos. Elas reverberam em culturas organizacionais mais humanas, em lideranças mais presentes e em equipes mais engajadas.

Porque quando pessoas caminham conscientes, carreiras se tornam mais potentes.
E quando carreiras florescem, organizações se tornam mais humanas e sustentáveis.

A pergunta que fica talvez não seja apenas “qual é o próximo passo da sua carreira?”, mas sim:

👉 como você escolhe atravessar a sua jornada?


Com escuta e movimento,

Thaís Pontin
Psicóloga | Fundadora da Senda | Head de Desenvolvimento na VES

Minha atuação acontece no espaço onde pessoas, carreiras e organizações se encontram: apoiando executivos, líderes, equipes e jovens talentos em jornadas que despertam consciência e geram impacto real.

Na clínica ou nas empresas, sigo a mesma missão: enxergar o indivíduo em sua totalidade — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, sua singularidade e sua potência.

Porque só quando vemos o ser humano em sua inteireza é que a vida deixa de ser sobrevivência e se torna legado vivo, capaz de transformar relações, organizações e futuros.

 

Legado em Construção: Série Além do Cargo

21 agosto, 2025

Antes de começar a série Além do Cargo, quero abrir este espaço com um prefácio, base zero— o ponto de partida.

Ele não é sobre um tema específico, mas sobre a origem desta escrita: por que decidi compartilhar, de onde nascem as reflexões que você vai ler nos próximos capítulos e o que pode esperar dessa travessia.

Esta série terá sete capítulos.
E não por acaso: o número sete é símbolo de ciclo e de completude. São sete dias que constroem a criação, sete notas que formam a música, sete cores que compõem o arco-íris. O sete traz a ideia de jornada inteira, de travessia completa — mas sempre aberta para novos começos.

O “legado em construção” não é apenas meu — é o que vamos criar juntos, a cada leitura, a cada provocação, a cada encontro que se transformar em movimento.

É o início de uma conversa que eu escolhi ter com você.

A decisão de escrever nasceu da escuta de tantas histórias — de executivos e líderes a colaboradores, jovens talentos, trainees, estagiários e profissionais de RH. Mas também de conversas com pessoas de diferentes áreas, trajetórias e perspectivas, que me trouxeram olhares para além do que cabe nos organogramas das empresas.

Essa escuta não começou agora. Ela vem de uma longa experiência no RH, de anos acompanhando processos de desenvolvimento e transformação. Mas ganhou novas camadas no último ano, quando, fora do espaço corporativo tradicional, vivi encontros que expandiram minha compreensão sobre o trabalho e sobre as relações.

Foi nesse movimento — de derrubar os muros de um único cenário e me abrir para a diversidade de contextos — que percebi: o mercado de trabalho não é feito apenas de cargos e funções. Ele é tecido por histórias singulares, atravessadas por complexidade, contradições e potências. Histórias que revelam o humano em toda a sua individualidade — e que formam não só o trabalho, mas todas as relações.

O que não muda é o desejo humano por sentido, reconhecimento, pertencimento. E é nesse espaço — entre a velocidade do mercado e a profundidade das pessoas — que nasce minha vontade de escrever.

Não espero trazer verdades prontas. Pelo contrário.
O que você vai encontrar aqui são reflexões e provocações que podem, às vezes, gerar desconforto. Mas não o desconforto que paralisa — e sim o que mobiliza, que chama para a ação.

Porque refletir não basta se não houver a escolha consciente de escutar e agir. Escutar de verdade: sem pressa de justificar, sem a defesa automática das armaduras, mas com abertura para perspectivas diferentes. Para ideias que incomodam, mas que podem revelar caminhos que sozinhos não enxergaríamos.

A transformação começa quando algo reverbera em nós — quando nos permitimos sentir e, a partir disso, decidir o que faz sentido incorporar, ressignificar ou até abandonar. Reflexão não é fim em si mesma: é convite para presença, responsabilidade e movimento.

O futuro do trabalho exige líderes mais conscientes, equipes mais conectadas, jovens mais protagonistas e organizações mais humanas. Isso não se constrói sozinho. Se constrói no encontro. Mas encontro sem responsabilidade vira discurso vazio: é preciso que cada pessoa assuma suas escolhas, sua presença e seu impacto. É desse movimento individual que nasce a transformação coletiva.

É por isso que começo esta série: para falar de liderança, gestão, jovens talentos, competências do futuro e desafios do mercado. Para provocar líderes, RHs e executivos a repensarem suas práticas. Para apoiar quem está começando a carreira a enxergar caminhos possíveis. Para lembrar que, no fim das contas, tudo se resume às conexões que somos capazes de criar.

Quero que cada texto seja um convite à reflexão — e, quem sabe, uma faísca de transformação.
Porque liderar, desenvolver, crescer, não é sobre cargo.
É sobre presença, consciência e impacto humano.

E é nesse encontro — entre a sua história e a minha, entre o que você vive e o que eu trago — que esta conversa começa.
E não quero que ela termine em mim. Se alguma parte reverberar em você — seja como líder, colaborador, jovem talento ou simplesmente como alguém atravessado pelo mundo do trabalho — estarei aberta para continuarmos esse diálogo. Pode ser em forma de projetos de desenvolvimento, mentoria ou coaching, consultoria organizacional ou até no compartilhar de uma história que merece ser ouvida.

Porque é assim, na troca verdadeira, que seguimos construindo novas possibilidades.

 

Com escuta e movimento,

Thaís Pontin
Psicóloga | Head de Desenvolvimento na VES | Fundadora da Senda da Alma

Minha atuação acontece no espaço onde pessoas e negócios se encontram: apoiando líderes, jovens talentos e executivos em jornadas de desenvolvimento que geram impacto real.

Entre empresas e clínica, sigo a mesma missão: olhar para o indivíduo — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, singularidade e potência. Porque cada pessoa é atravessada por histórias e caminhos que não cabem em manuais.


É desse encontro com a individualidade que nascem relações mais humanas e resultados que permanecem. Só quando vemos o ser humano em sua inteireza é que a liderança se torna presença, a gestão se torna consciência e o trabalho se transforma em impacto humano.

 

ALÉM DA #: Quer Ser Trainee? Aqui Está O Que Você Precisa Saber Para Se Destacar!

20 agosto, 2025

O que é um programa de trainee?
Se você está lendo isso, provavelmente já tem aquela vontade de aprender e fazer a diferença logo no início da sua carreira, né? Então, um programa de trainee pode ser o primeiro passo para você alavancar sua jornada profissional. Mas, antes de seguir, é importante entender que ser trainee não é só sobre trabalhar temporariamente ou subir de cargo rápido.

Trainees são jovens talentos escolhidos para desenvolver competências de liderança e impactar o futuro da empresa, com desafios reais que vão transformar sua carreira e a empresa em que você trabalha.

Aqui, espera-se de você que seja um agente de mudança. Desde o primeiro dia, você será desafiado a contribuir com a missão da companhia, impactando os resultados e ajudando a moldar o futuro da organização. Não é só sobre aprender, é sobre ser parte ativa da transformação!

Como se destacar no processo de seleção?

Para brilhar no processo de seleção de trainee, é crucial entender o que a empresa realmente busca. Não adianta sair se inscrevendo em todos os programas que aparecerem — qualidade é mais importante que quantidade. Antes de mais nada, conheça a empresa além do site: pesquise sobre a cultura, os valores e como ela se posiciona no mercado. Entenda como seus valores se conectam com os dela.

Além disso, converse com quem já trabalha na empresa — busque feedback de ex-colaboradores ou atuais no LinkedIn ou eventos. Isso vai te dar uma visão real do dia a dia.

O pulo do gato no processo de seleção? Mostrar como seus valores e interesses se alinham com a cultura da empresa. Não se trata só de ser bom para a função, mas de se encaixar no que a empresa está buscando para fazer a diferença!

O que NÃO é um trainee?

Agora, para entender o que você realmente busca em um programa de trainee, é importante saber o que não é. Um programa de trainee não é:

  • Um trabalho temporário ou de baixo nível: Trainees são contratados para aprender e evoluir rapidamente, com foco em liderança futura.
  • Uma oportunidade para aprender apenas o básico: Ao contrário de estágios, onde o aprendizado é mais limitado, o trainee está imerso em desafios que exigem pensamento estratégico.
  • Apenas um caminho para subir na hierarquia rapidamente: O foco do trainee é crescimento contínuo, não promoções rápidas.

Como se preparar para o sucesso?

A preparação é a chave para se destacar como candidato. Aqui vão algumas dicas para brilhar:

  1. Entenda o que a empresa realmente valoriza. Pesquise sobre cultura e desafios.
  2. Seja autêntico. Mostre como suas habilidades e experiências se alinham com a missão da empresa.
  3. Se prepare para os testes e entrevistas. Pratique suas respostas, mas também se prepare para se destacar com ideias novas.
  4. Pense no futuro, mas de forma realista. O programa de trainee é uma aceleração da sua carreira, mas isso não significa subir de cargo rapidamente. É sobre desenvolver habilidades de liderança e crescer ao longo do tempo.
  5. Acorda, o trabalho não vai cair do céu! Não se engane: ser escolhido para um programa de trainee não significa que tudo vai cair no seu colo. Potencial não trabalhado vai por água abaixo. A empresa te dá a oportunidade de desenvolvimento, mas é você quem vai fazer a diferença. O programa é uma aceleração, não um atalho direto para o topo.

E agora? Como dar o próximo passo com a VES?

Agora que você sabe o que esperar, o próximo passo é se aprofundar nas oportunidades da VES. Não vale sair se inscrevendo em tudo! O lance é procurar programas que se alinhem com seus valores e objetivos de carreira. Isso vai garantir que a experiência seja realmente enriquecedora.

Qualidade é mais importante que quantidade. Invista tempo em entender cada vaga, busque aquelas que ressoam com seu propósito e onde você pode agregar valor desde o primeiro dia. Pesquise, entenda a empresa e como ela se posiciona no mercado. Assim, você aproveita ao máximo a oportunidade.

Mitos e Verdades sobre o Processo de Seleção de Trainee

Agora que você já sabe o que esperar, vamos desmistificar algumas ideias comuns sobre o processo de seleção:

Mito: "Preciso ter muita experiência para ser escolhido."
Verdade: Não, experiência não é tudo! O que as empresas buscam é o potencial de aprender e crescer. Se você tem vontade de se desenvolver, é isso que importa!

#mito

Mito: "O processo seletivo é o mesmo em todas as empresas."
Verdade: Não é bem assim. Cada empresa tem seu próprio processo. O importante é entender a cultura da empresa e o que ela está buscando.

Mito: "Só posso me inscrever se tiver uma formação específica."
Verdade: Relaxa, a formação não é tudo. Muitas empresas buscam diversidade de competências. O que conta é seu potencial de aprender e se adaptar.

Mito: "O processo seletivo é longo e difícil demais."
Verdade: Pode ser desafiador, mas é assim porque a empresa quer encontrar os melhores candidatos. Se prepare com dedicação e autenticidade e você vai se destacar!

Mito: "O objetivo do programa de trainee é subir de cargo rápido."
Verdade: O objetivo não é subir de cargo rápido. O foco é no crescimento contínuo e desenvolvimento de líderes para o futuro.

Mito: "No processo seletivo, tudo depende de como você se sai nos testes."
Verdade: Testes são importantes, mas o que realmente conta é o alinhamento com a cultura e a motivação de se tornar um bom líder.


Com escuta e movimento,

Thaís Pontin
Psicóloga | Head de Desenvolvimento na VES | Fundadora da Senda da Alma

“Minha atuação acontece no espaço onde pessoas e negócios se encontram: apoiando líderes, jovens talentos e executivos em jornadas de desenvolvimento que geram impacto real.

Entre empresas e clínica, sigo a mesma missão: olhar para o indivíduo — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, singularidade e potência. Porque cada pessoa é atravessada por histórias e caminhos que não cabem em manuais.

É desse encontro com a individualidade que nascem relações mais humanas e resultados que permanecem. Só quando vemos o ser humano em sua inteireza é que a liderança se torna presença, a gestão se torna consciência e o trabalho se transforma em impacto humano.”

 

 

Entre organizações e almas: uma jornada de expansão

19 agosto, 2025

Quando escrevi sobre minha transição — do desempenho para a escuta, deixando o universo corporativo — parecia que eu havia fechado um ciclo. Logo percebi que não era um fim, mas um movimento de expansão.

Minha história em Recursos Humanos e desenvolvimento organizacional, somada à escuta clínica e à psicologia profunda, me trouxe novas lentes para compreender tanto as dores quanto as potências humanas.

Ao ampliar os muros do corporativo, percebi que não se tratava de abandonar minha trajetória, mas de integrar e expandi-la: unindo estratégia, liderança, carreira e saúde mental no trabalho em uma mesma jornada de transformação.

Foi nesse movimento que a VES Jobs entrou na minha trajetória. Cheguei com o desafio de criar a estratégia e liderar o braço de Desenvolvimento, dando vida a programas que formam trainees, jovens talentos e lideranças. Ali, descobri a força de desenhar jornadas de aprendizagem integradas — que unem competências técnicas e comportamentais, sempre alinhadas ao futuro do trabalho e ao crescimento sustentável das organizações.

Ao mesmo tempo, nascia a Senda da Alma, meu espaço autoral de psicologia profunda. A prática clínica me trouxe a oportunidade de acolher pessoas em momentos de esgotamento, crises de propósito e transições de carreira. Mais do que um consultório, a Senda tornou-se um espaço de reconexão, onde a escuta se transforma em movimento e onde as dores silenciosas encontram lugar para se transformar.

Com o tempo, percebi que VES e Senda não eram caminhos distintos, mas dois lados da mesma jornada: um voltado ao desenvolvimento organizacional, outro ao desenvolvimento individual. Ambos sustentados por um mesmo propósito — conectar pessoas ao que realmente importa, seja em suas carreiras, suas lideranças ou em suas vidas.

Foi nesse encontro — entre a objetividade dos projetos organizacionais e a profundidade da escuta clínica — que compreendi a essência da minha atuação hoje.
Carreira com foco não é rigidez, é consciência. Liderança não é título, é presença. O futuro do trabalho não se constrói apenas com tecnologia, mas com competências humanas: autoconhecimento, inteligência emocional, segurança psicológica e a capacidade de criar pontes.

Hoje, minha jornada se traduz em três frentes:

  • Mentorias individuais (Carreira com Clareza), que ajudam profissionais a encontrarem direção em meio à incerteza.

  • Jornadas de desenvolvimento organizacional, integrando competências técnicas e emocionais para fortalecer pessoas e culturas.

  • A Senda da Alma, que segue como espaço de reconexão, transformação e cuidado profundo.

Ampliar meus horizontes me ensinou que não existe separação entre clínica e empresa, entre resultados e humanidade. Existe, sim, um chamado comum: transformar.

E é nesse ponto que caminho agora — entre mundos, mas com um único propósito: conectar pessoas ao que realmente importa.

Com escuta e movimento,

Thaís Pontin
Psicóloga | Head de Desenvolvimento na VES | Fundadora da Senda da Alma

“Minha atuação acontece no espaço onde pessoas e negócios se encontram: apoiando líderes, jovens talentos e executivos em jornadas de desenvolvimento que geram impacto real.

Entre empresas e clínica, sigo a mesma missão: olhar para o indivíduo — antes, além e para além do trabalho — reconhecendo sua essência, singularidade e potência. Porque cada pessoa é atravessada por histórias e caminhos que não cabem em manuais.

É desse encontro com a individualidade que nascem relações mais humanas e resultados que permanecem. Só quando vemos o ser humano em sua inteireza é que a liderança se torna presença, a gestão se torna consciência e o trabalho se transforma em impacto humano.”

 


 

Entre a sombra e a consciência

23 maio, 2025

No coração da vida moderna, muitos de nós fomos ensinados a identificar nosso valor com o que fazemos. Eu, por exemplo, na adolescência, aprendi que ser reconhecida significava ter sucesso profissional. Me formei, conquistei cargos importantes e, ainda assim, sentia um vazio persistente ao final de cada dia. Percebi que minha identidade estava tão entrelaçada ao trabalho, ao crachá que carregava, que não sabia mais o que gostava de fazer nos momentos de descanso.

 

Essa desconexão, vivida em silêncio, revela o preço de confundir ser com produzir.

 

O trabalho tornou-se não apenas meio de sustento, mas também medida de identidade. Não é raro ouvirmos: "Quem é você?" e respondermos com um cargo, uma profissão, um papel social. Mas e se houver algo mais? E se nossa alma estiver pedindo por espaço para existir para além da Persona? Pense, por exemplo, em quantas vezes você já sentiu que precisava esconder uma parte sua para ser aceito em algum ambiente ou situação. Esse tipo de silenciamento interno, repetido ao longo dos anos, se transforma em dor silenciosa.

 

Carl Jung nos lembra que a Persona é uma máscara necessária para a vida em sociedade. Ela nos permite desempenhar papéis, pertencer, funcionar. Mas quando confundimos essa máscara com quem somos, algo em nós adoece.

 

A Sombra, tudo aquilo que não se encaixa na imagem idealizada que projetamos, começa a se manifestar — no corpo, nas relações, no silêncio profundo de uma insatisfação sem nome.

Na psicologia analítica, a Sombra representa os aspectos inconscientes da personalidade que o ego não reconhece como seus — frequentemente porque são considerados inaceitáveis ou incompatíveis com o autoconceito, com a o que você acredita conscientemente ser o “jeito certo”. Mas atenção: a sombra não é apenas negativa. Ela pode conter qualidades reprimidas, potenciais não vividos, desejos autênticos que não foram acolhidos na infância ou pela cultura. Jung dizia: “Até você tornar o inconsciente consciente, ele dirigirá sua vida e você o chamará de destino.” Essa frase carrega um profundo chamado à responsabilidade e à liberdade. A sombra não é o oposto do bem — é o complemento do ego consciente. Integrá-la é caminhar em direção ao Self, que representa a totalidade do ser. Jung dizia que o ouro está na sombra: tudo que nos falta para sermos inteiros está lá.

 

A sombra é parte essencial do nosso verdadeiro Self — aquela parte que emerge quando não precisamos de amarras, quando nos permitimos ser inteiros. Integrar a sombra é um ato de liberdade, não de fraqueza.

 

A individuação, segundo Jung, é esse caminho de retorno a si, que passa por etapas simbólicas como o confronto com a Sombra, a integração dos opostos internos, e o reconhecimento do Self — o centro organizador da psique. Um dos símbolos mais potentes desse processo é a mandala, que representa a totalidade psíquica em busca de equilíbrio. A mandala, surgindo espontaneamente em sonhos e criações, expressa essa jornada de reunificação interior que nos torna mais inteiros, mais verdadeiros. Um percurso corajoso de integrar a Sombra, acolher o que foi exilado, escutar a alma por debaixo das exigências sociais. Esse processo pode ser simbolizado pela jornada do herói: descer ao mundo subterrâneo do inconsciente, enfrentar seus monstros internos, e retornar com um novo sentido de identidade. A individuação não acontece de forma linear; é um espiral de reconhecimentos, rupturas e renascimentos.

Como afirma James Hillman, a alma quer profundidade, quer sentido, quer vida vivida com inteireza. É importante ter em mente que tudo o que negamos em nós ganha força nas sombras. Integrar esses aspectos não é ceder ao caos, mas fazer as pazes com nossa humanidade. O conceito da escuta mitopoética — proposto por autores como Clarissa Pinkola Estés — nos convida a escavar os contos e arquétipos como espelhos da alma. A mitopoética entende que as histórias antigas e os mitos falam sobre nós, sobre nossos ciclos de perda, cura, transformação. Ao escutá-los, acessamos partes esquecidas de nós mesmos.

 

Este artigo é um convite: a olhar para além do que você mostra, a se permitir pequenas pausas de escuta, a se observar com mais gentileza. Que tal escolher um momento do dia para anotar um pensamento, uma emoção ou uma sensação que costuma ser ignorada? São nesses gestos simples que a alma encontra espaço para emergir. A perguntar-se quem você é quando ninguém está olhando. Porque talvez seja ali, na sombra, que more a chave da sua liberdade.

Experimente reservar alguns minutos em silêncio hoje. Feche os olhos e pergunte a si mesmo: que parte minha estou evitando? O que minha alma deseja me mostrar? Escutar pode ser o primeiro passo para a liberdade.

 

Se quiser, vá além: pegue uma folha em branco e desenhe uma mandala — não para ficar bonita, mas para deixar sua alma se expressar. Pode começar com um ponto, um círculo, um traço, mesmo que pareça desconfortável a construção. Lembre-se não existe certo ou errado. Existe presença. Muitas vezes, a dificuldade de começar revela o quanto queremos acertar. E talvez esse seja o primeiro sussurro da Sombra: a liberdade começa quando deixamos de tentar parecer e começamos a simplesmente ser.

 

E você, tem ouvido sua alma ultimamente?


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#Individuação #SombraJunguiana #Mandalas #EscutaDaAlma
#PersonaESombra #PsicologiaComAlma #VidaComSentido



 

Do desempenho à escuta: minha jornada até a Senda da Alma

7 maio, 2025

Construí minha carreira no mundo corporativo.
Ao longo de 15 anos, passei por grandes companhias como Monsanto, Roche, Basf e Ubyfol. Empresas que, durante muito tempo, fizeram sentido para mim. Elas representavam crescimento, desafios e a oportunidade de estar em ambientes de inovação e impacto.

Conheci pessoas incríveis nesse percurso. Tive líderes e colegas que me ensinaram muito — sobre desenvolvimento humano, liderança verdadeira, cuidado e o valor de viver cada etapa da jornada profissional.
Também encontrei desafios. Algumas experiências me fortaleceram. Outras, nem tanto. Em certos momentos, as lições foram duras. Questionei minha capacidade e me perguntei se o rumo que eu estava tomando refletia quem eu realmente era. Vi culturas organizacionais saudáveis e outras que esgotavam mais do que inspiravam.

Cada ambiente me trouxe aprendizados — inclusive sobre o que eu não queria repetir.

E já, mais recentemente, no meio dessa jornada, também compreendi algo essencial sobre mim mesma: sou uma pessoa neurodivergente.
Esse reconhecimento não foi um obstáculo, na verdade ampliou minha capacidade de acolher diferentes formas de sentir, pensar e transformar. Permitiu integrar ainda mais minha experiência clínica com minha vivência no desenvolvimento humano — e compreender que pensar diferente não é um desafio. É uma riqueza.

Aos poucos, algo começou a mudar. Um chamado silencioso foi surgindo no meio das entregas, reuniões e metas.


Eu queria ser um agente de transformação real — não apenas atuando como facilitadora — enabler — de pessoas para alcançar resultados e superar desafios, mas aproximando-as de quem realmente são.

Já não cabia em espaços que pediam desempenho sem escuta, repetição sem propósito.

Foi então que, ainda de maneira tímida e em paralelo, iniciei minha atuação na clínica.
Senti o frio na barriga de quem está começando de novo.

Mas logo entendi que eu não estava recomeçando. Estava integrando.

Cada experiência no mundo corporativo me fortaleceu e me deu repertório para me tornar uma psicóloga que compreende os dilemas reais de quem vive os desafios profissionais e pessoais de hoje. A cada nova pessoa, nova história e nova conexão, meu propósito se tornava mais claro.

Transitei entre ambientes diversos, conheci pessoas de diferentes lugares do mundo e percebi uma transformação: a necessidade de estar do outro lado. Do lado de quem acolhe, cuida, escuta e também propõe desafios — sempre com respeito pelo tempo e pela história do outro.

Assim redescobri o que faço de melhor:
Criar espaços onde as pessoas possam olhar para suas dores, mas também para suas potencialidades.
Onde possam entender o que precisa ser transformado e o que merece ser fortalecido.
Onde possam escutar o que o corpo e a alma tentam dizer quando as palavras já não dão conta.

Aprendi que tudo é jornada — jornada da vida, do desenvolvimento e da possibilidade de viver com mais verdade. Estamos sempre criando, aprendendo e ressignificando.

Foi dessa travessia que nasceu a Senda da Alma.

Mais do que um espaço de atendimento psicológico, a Senda é um convite à reconexão.
Um lugar onde a psicologia profunda — com base na abordagem analítica — encontra a prática, onde a escuta se transforma em movimento e onde as dores silenciosas podem finalmente ser acolhidas e transformadas — individualmente e em grupo.

A Senda da Alma é o caminho que une tudo o que vivi e tudo o que acredito.


Meu propósito é caminhar ao lado de quem deseja reencontrar sua própria voz, sua própria história e as escolhas que podem dar novo sentido ao que, por vezes, parece apenas sobrevivência.


Thaís Pontin
Psicóloga | Fundadora da Senda da Alma
"Este espaço nasce da escuta de muitas histórias — e da minha própria travessia.
Hoje, ele é pausa, reconexão e movimento."

 

A linguagem silenciosa do corpo

5 maio, 2025

"O corpo fala quando não sabemos mais o que dizer."

Quantas vezes você já sentiu um peso no peito, um nó na garganta ou uma dor de cabeça insistente — mesmo quando todos os exames diziam que estava tudo bem? Talvez seu corpo estivesse tentando dizer o que sua voz não conseguia.

 

Vivemos tempos em que as emoções são frequentemente silenciadas. Pela pressa, pela necessidade de parecer sempre forte ou pelo medo de reconhecer fragilidades, aprendemos a desconectar o sentir do expressar. Mas o que não dizemos com palavras, dizemos com o corpo.

 

O corpo tem uma linguagem silenciosa.

 

Jung nos ensinou que o corpo é mais do que uma máquina biológica: ele é a sombra visível da psique. Quando conflitos emocionais ou padrões inconscientes não encontram espaço na consciência, buscam caminhos alternativos — e frequentemente se manifestam como sintomas físicos. Essa visão foi ampliada por Marie-Louise von Franz ao compreender as doenças não apenas como disfunções, mas como símbolos. Para ela, cada dor pode carregar um pedido oculto de transformação. A compreensão simbólica do adoecimento também encontra sustentação na psicossomática moderna. Gabor Maté, psiquiatra e pesquisador, afirma que emoções reprimidas — especialmente aquelas associadas à raiva, medo e sensação de desamparo — não desaparecem. Elas permanecem ativas no corpo, moldando sintomas que vão de dores crônicas a doenças autoimunes.
"Quando ignoramos nossas necessidades emocionais, o corpo assume a tarefa de expressá-las", observa Maté.

 

Em muitos casos, observa-se que sintomas como crises de pânico ou mesmo doenças autoimunes coexistem com padrões emocionais ou traumas que não foram plenamente elaborados.
Isso não significa que a causa seja apenas emocional — essas condições têm origens multifatoriais, incluindo aspectos biológicos, genéticos e ambientais.
Contudo, a relação entre corpo e psique é inegável e nos convida a olhar para o sofrimento físico também como uma expressão do mundo emocional.

 

A vida moderna nos condiciona a usar máscaras.

Para trabalhar. Para conviver. Para sermos aceitos.

Na psicologia profunda, chamamos essa máscara social de Persona. Jung nos ensinou que a Persona é uma adaptação necessária, que nos permite desempenhar papéis e manter vínculos na sociedade.

O problema não está em usá-la, mas em acreditar que somos apenas ela.

Quando a Persona se torna rígida e passa a definir toda a nossa identidade, aquilo que é reprimido começa a buscar outras formas de expressão. Em contextos profissionais, sociais e até familiares, aprendemos a suprimir emoções consideradas indesejáveis: tristeza, raiva, frustração. Como resultado, vamos nos distanciando da escuta do próprio corpo.

Como afirmou Jung, aquilo que não se torna consciente acaba sendo vivenciado como destino — e, muitas vezes, como doença. A cultura da produtividade e da positividade tóxica reforça essa repressão emocional. Somos encorajados a ignorar sinais de esgotamento, normalizar o cansaço e anestesiar dores físicas e emocionais com medicamentos ou distrações. Mas o corpo, sábio e persistente, continua falando.

 

O corpo também fala nos gestos, nas tensões e nos silêncios.

Pierre Weil e Roland Tompakow, no clássico O Corpo Fala, nos lembram que não é apenas na dor que o corpo se comunica. Posturas, tensões musculares, gestos e até hábitos repetitivos falam sobre o que vivemos e sentimos — mesmo quando não reconhecemos conscientemente esses sentimentos. A psicologia comportamental e a psicologia profunda convergem nessa compreensão: O corpo é uma ponte entre o inconsciente e o mundo exterior. Ele denuncia nossos silêncios e revela, em pequenos gestos, o que a psique reprime.

 

Escutar não é fraqueza.  Reconhecer os sinais do corpo não é rendição, é um ato de coragem. Coragem para escutar, para sentir e — principalmente — para mudar. Na psicologia profunda, chamamos isso de individuação: O processo de tornar-se quem se é, integrando mente, corpo e emoções em uma jornada de reconexão consigo mesmo.

Escolher escutar é um ato de coragem. Não escolhemos os sintomas que o corpo manifesta, nem sempre escolhemos as circunstâncias que nos cercam.
Mas podemos escolher como nos relacionamos com esses sinais.
Podemos escolher a escuta ao invés do silêncio, o cuidado ao invés da repressão.
Essa é a primeira escolha no caminho da individuação: reconhecer que sentir e transformar é possível, mesmo que aos poucos.

O corpo fala. E quando você começa a escutar, ele não precisa mais gritar.

 

Para refletir:

Qual parte do seu corpo tem tentado te dizer algo ultimamente?

#PsicologiaProfunda #Psicossomática #Autoconhecimento #SaúdeEmocional #EscutaDoCorpo #Individuação #SintomasQueFalam #TransformaçãoEmocional #SendaDaAlma #CuidadoIntegral

 

A Cultura da Positividade Tóxica: O Sorriso que Esconde a Exaustão

23 abril, 2025

“Como você está?” Quantas vezes essa pergunta foi respondida com um automático “tudo bem”, mesmo quando algo dentro de você gritava o contrário?

Vivemos tempos em que o cansaço virou estilo de vida.
E o mais cruel: somos ensinados a sorrir por cima dele.

A cultura da exaustão é mais do que o acúmulo de tarefas, metas ou reuniões. Ela é um estado de alma esgotada. E uma das suas engrenagens mais silenciosas — e perversas — é a positividade tóxica.

Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, chama atenção para o modo como o mundo contemporâneo nos empurra à autoexploração: somos, ao mesmo tempo, senhores e servos de nós mesmos. Precisamos performar, render, entregar. E fazer isso tudo com leveza, gratidão e um sorriso no rosto. Mesmo quando tudo em nós pede pausa. Até o sofrimento precisa ser bonito.

O perigo esta na positividade tóxica e obrigatória,  aquela que nos obriga a encontrar o lado bom em tudo, mesmo quando o que a gente precisa é apenas chorar, descansar ou admitir que não está tudo bem.

Ela nos impede de acolher as dores legítimas da vida. Nos empurra para uma espiritualidade pasteurizada, uma saúde mental de cartilha, um autocuidado que não toca a alma.

Carl Jung já nos alertava que tudo aquilo que não é reconhecido e integrado na consciência retorna como sombra. Quando negamos o sofrimento, ele não desaparece — ele se move. Aparece no corpo, nos relacionamentos, na saúde emocional.

É como tentar manter uma represa intacta, mesmo quando a água já transborda por dentro.

Nos obrigamos a vestir a máscara da performance. É esperado que sejamos fortes, resilientes, positivos, colaborativos, produtivos… e calados.

Calados sobre o cansaço. Sobre as cobranças silenciosas. Sobre o medo de não dar conta. Sobre o vazio que cresce por dentro mesmo quando tudo parece certo por fora.

Como diria Winnicott, acabamos criando um falso self — uma persona que nos protege da exposição, mas que também nos distancia da nossa verdade. É a versão funcional de nós mesmos. Aquela que sabe o que dizer no call, mas que se perde quando o computador desliga.

A alma não quer render. Ela quer pertencer e no fundo, o que exaure não é só o excesso de trabalho — é a ausência de sentido. É estar constantemente representando um papel que não nos pertence mais.

Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente do Holocausto, dizia que o ser humano é capaz de suportar quase tudo, desde que encontre sentido no que vive. Mas numa cultura que exige que sejamos felizes o tempo todo, até o sofrimento precisa ser justificado. E o vazio cresce onde o sentido deveria florescer. A cultura da exaustão nos faz confundir sobreviver com viver.

E é nesse momento que precisamos entender a pausa como resistência. Pausar é um ato de coragem.

Dizer “não” também é. Assumir que se está cansada, vulnerável ou sem respostas… mais ainda.

Mas é na pausa que o silêncio ganha voz. É nela que a alma, tantas vezes abafada por metas e filtros, começa a sussurrar de novo. E talvez esse sussurro diga:

“Você não precisa fingir que está tudo bem.
Eu só quero que você me escute.”

Deixo um um convite:

Se você está cansada de sorrir por obrigação...
Se sente que está sempre tentando dar conta de tudo — mas não sabe mais pra quem ou pra quê...
Se sua alma está pedindo por espaço, pausa, verdade...

Talvez seja hora de voltar a si.
Não com pressa, não com culpa — apenas com presença.
Porque voltar a si é, por si só, um gesto de inteireza.

Na Senda da Alma, é isso que buscamos.
Espaços de escuta. Caminhos de reconexão.
Vidas que não precisam mais caber em personagens.

A sua escuta para consigo já é um reencontro com o que importa.
Com aquilo que sobreviveu em silêncio, esperando por espaço.

 

Quando o trabalho nos adoece: a jornada da alma em tempos de esgotamento

9 abril, 2025

Há dores que não gritam.

Elas se escondem nos silêncios, nas insônias, nas manhãs que pesam mais do que deveriam
Você segue entregando, funcionando, atendendo expectativas — mas lá dentro, algo começou a se apagar. É sutil no começo. Um incômodo aqui, um vazio ali. Mas, aos poucos, essa sensação se torna uma presença constante: um cansaço que não passa, um desconforto sem nome, uma vida que já não parece sua.

Vivemos tempos em que o trabalho deixou de ser apenas trabalho. Ele se tornou identidade, missão, propósito. Somos constantemente lembrados de que precisamos "fazer o que amamos", como se isso resolvesse a dor de estar desconectado de si. E nessa busca, nos perdemos em papéis, metas, personas — moldes que nos afastam da nossa verdade interior.

Em algum momento, o corpo começa a dar sinais. A mente perde o ritmo. A alma… se distancia. E o que aparece pode ser chamado de ansiedade, burnout, estafa — mas no fundo, o que está acontecendo é um descompasso profundo entre quem você é e o papel que tem sustentado.

 

A tendência do ser humano é tratar esse colapso mental como falha, fraqueza, problema. Mas e se for o contrário? E se esse momento for um chamado da alma, um rompimento necessário com aquilo que já não faz mais sentido?

Na psicologia junguiana, acreditamos que há um movimento simbólico acontecendo quando adoecemos dessa forma. Um movimento interno que nos convida a deixar os papéis herdados — e caminhar em direção ao que é mais verdadeiro em nós. Esse tipo de sofrimento não se cura com produtividade, frases prontas ou promessas de alta performance emocional. Ele precisa de escuta. De presença. De coragem para pausar e abrir espaço para o que há tanto tempo tem sido silenciado.

 

A jornada da alma não é linear. Ela se desenha em espiral: vamos e voltamos, caímos e levantamos, mergulhamos e emergimos.
Antes de “melhorar”, muitas vezes é preciso encarar o inverno psíquico — aquele tempo de recolhimento em que nada floresce por fora, mas tudo se move por dentro.

Na clínica, acompanho muitas pessoas que chegam acreditando que estão falhando. Mas o que vivem, na verdade, é o início de uma transformação profunda. Elas estão apenas cansadas de sustentar uma versão de si que não dá mais conta do que pulsa dentro.

O que se rompe nesse momento não é a capacidade. É o pacto inconsciente com uma vida que já não reflete quem se é.

 

Fica aqui um convite para recomeços, se algo em você reverberou, talvez seja hora de escutar com mais delicadeza o que já vem sussurrando há algum tempo. Talvez sua alma esteja pedindo passagem. Talvez não seja fraqueza. Talvez seja o começo de uma reconexão.

Um processo terapêutico pode ser essa travessia — o espaço onde a alma encontra nome, acolhimento e direção.


Na Senda da Alma, meu propósito é criar esse espaço seguro: onde você pode parar de performar, e começar a se ouvir de verdade.

Se for o momento, minha presença está aqui.
👉 Clique aqui para acessar o texto e agendar sua sessão.

 

02/04_Dia Mundial da Conscientização do Autismo: um caminho de visibilidade, compreensão e ação!

2 abril, 2025

Hoje, 2 de abril, é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, uma data essencial para ampliar o entendimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e reforçar a importância da inclusão, respeito e acesso a direitos fundamentais.

Ao longo dos anos, essa data abriu espaço para um debate mais profundo sobre neurodivergência – um conceito que engloba não apenas o autismo, mas também TDAH, dislexia, discalculia, altas habilidades, entre outras formas únicas de funcionamento cognitivo.

Como psicóloga e pessoa neurodivergente, vejo de perto os desafios e também as riquezas de pensar e existir fora dos padrões esperados. Mas a conscientização, por si só, não basta. Precisamos transformar discursos em ações reais.

🔹 Como podemos tornar ambientes mais acessíveis?
🔹 O que estamos fazendo para acolher diferentes formas de pensar e aprender?
🔹 De que maneira garantimos que neurodivergentes sejam ouvidos e respeitados?

Sair do discurso e partir para a ação significa ajustar processos seletivos, flexibilizar formas de trabalho e ensino, ampliar diagnósticos e tratamentos acessíveis, e acima de tudo, garantir que a inclusão seja uma prática diária, e não apenas uma pauta de um único dia no ano.

A verdadeira inclusão acontece quando deixamos de esperar que as pessoas se encaixem em padrões rígidos e começamos a reconhecer, valorizar e adaptar o ambiente às diferentes formas de pensar, sentir e se relacionar.

Que este dia nos lembre da nossa responsabilidade coletiva de construir um mundo onde todas as mentes tenham espaço para florescer. Não basta falar sobre neurodiversidade – precisamos agir! 💙

#DiaMundialDoAutismo #Neurodiversidade #Inclusão #Conscientização #Ação #CadaMenteÉUmMundo

 

Quem somos além dos papéis que desempenhamos?

31 março, 2025

No intrincado palco da vida, vestimos diversas personas, máscaras que nos auxiliam a interagir com o mundo. Carl Jung, apresentou o conceito de persona como um 'traje' necessário, uma adaptação social que nos permite navegar pelas complexidades da existência.

No entanto, em um mundo cada vez mais exigente, corremos o risco de nos perdermos em meio a essas personas. O que acontece quando a 'roupa' que vestimos deixa de servir? Quando a persona, em vez de filtro, se torna prisão? Jung considera a persona um componente essencial da nossa relação com o mundo, uma faceta do ego que escolhemos revelar ou ocultar.

No ambiente profissional, a persona do trabalho muitas vezes se torna predominante, absorvendo toda a nossa identidade. Vestimos a máscara do profissional competente, do líder inspirador, do colega prestativo. E, em muitos casos, essa máscara se torna tão confortável que nos esquecemos de quem somos por baixo dela. O perigo reside na fusão entre identidade profissional e pessoal. Quando nos definimos apenas pelo que fazemos, corremos o risco de nos alienarmos de nós mesmos. A exaustão, a perda de sentido e as crises existenciais são os fantasmas que assombram aqueles que se perdem em meio à persona do trabalho.

Para alguns, a persona do trabalho se torna uma segunda pele, uma roupa que não conseguem tirar mesmo fora do expediente. Líderes que não conseguem relaxar, profissionais que sentem culpa ao desconectar, o medo de não serem aceitos fora do papel profissional. A vida se torna um palco onde a única personagem permitida é a persona do trabalho. O resultado é uma vida empobrecida, onde a identidade se restringe ao que se faz, e não a quem se é. A sensação de vazio, a falta de pertencimento e a angústia se instalam, corroendo o direito de existir para além do trabalho.

A persona, como parte do ego, é uma construção social, uma forma de nos apresentarmos ao mundo. Mas quando uma única persona domina, sufocamos outras facetas da nossa identidade. Quem somos nós sem nossos títulos, cargos e responsabilidades?O 'direito de existir' reside na redescoberta da nossa essência, na busca por uma identidade que transcenda o trabalho. É um convite à reflexão: quais são minhas outras personas? Quais paixões, talentos e valores me definem além do que faço?

A persona é necessária. Mas sua rigidez pode nos aprisionar em papéis limitantes. A flexibilidade, a capacidade de transitar entre diferentes personas, é fundamental para uma vida plena e autêntica.

Convido você a uma jornada de autodescoberta:

  • Quem sou eu sem meu trabalho?
  • Quais são minhas outras personas?
  • Estou vestindo uma roupa que me serve ou que me aprisiona?


Imagine um mundo onde pudéssemos nos expressar com autenticidade em todos os aspectos da vida. Um mundo em que a cada persona fosse um traje leve, e não uma armadura opressora. Essa jornada começa com a consciência—com o questionamento das máscaras que usamos e a busca pela nossa verdadeira essência.

Cabe a nós ressignificar a narrativa e transformar a dinâmica ao nosso redor.

Quando mudamos nosso próprio espaço, abrimos caminho para um novo mundo.

 

A Ilusão do Bem-Estar: Vulnerabilidade Emocional no Ambiente Corporativo

26 março, 2025

O aumento alarmante dos afastamentos por questões de saúde mental no ambiente corporativo revela uma crise silenciosa que afeta milhões de profissionais em todo o mundo. As empresas, cada vez mais conscientes desse problema, adotam discursos de bem-estar e segurança psicológica, promovendo iniciativas como espaço de relaxamento/descompressão, mindfulness, gympass, horários flexiveis, disponibilizar linhas telefônicas ou chats online confidenciais, onde os funcionários podem buscar ajuda em momentos de crise ou dificuldade e até mesmo o quase extinto trabalho remoto. No entanto, questiona-se a suficiência dessas ações para combater a raiz do problema. Enquanto algumas implementam ações efetivas, outras ainda negligenciam a saúde mental de seus colaboradores. Propõe-se que tais iniciativas podem servir como "cortina de fumaça" para mascarar culturas tóxicas e práticas de exploração que aumentam a vulnerabilidade emocional dos funcionários, especialmente quando se considera que muitas dessas práticas nem sempre são utilizadas pelos profissionais, imersos em responsabilidades, projetos, tarefas do dia a dia e na busca constante por “ir além ou fazer a mais ou sair da zona de conforto".

A cultura da exaustão, que se intensifica no ambiente de trabalho contemporâneo, exige um desempenho constante e crescente. A pressão para assumir múltiplas responsabilidades, muitas vezes além do escopo da função original, e para exceder as expectativas, somada à realização de tarefas que antes demandavam mais de um profissional, cria um cenário de sobrecarga. Metas inatingíveis e prazos desafiadores transformam o cotidiano em uma batalha constante, onde a exaustão emocional se torna a norma, expondo os trabalhadores à vulnerabilidade. Curiosamente, profissionais outrora considerados referências, que antes personificavam o sucesso e a alta performance, hoje se encontram em um estado de vulnerabilidade, amargando as consequências dessa cultura.

A vulnerabilidade emocional, intensificada pela cultura da exaustão, que se manifesta em ambientes de trabalho contemporâneos, acarreta uma série de consequências psicológicas devastadoras. Esse contexto de angustia leva ao autoquestionamento das próprias competências, à dúvida constante sobre a capacidade de realizar o trabalho de forma satisfatória e à sensação de inadequação. A escassez de reconhecimento e a constante sensação de que o trabalho nunca é suficiente intensificam esse ciclo de insegurança.

A cultura do silêncio, que se manifesta na ilusão da abertura, na minimização dos problemas e no fingimento da escuta, leva os profissionais a internalizar a culpa e a duvidar de suas próprias capacidades, aumentando sua vulnerabilidade emocional. A falta de reconhecimento, a comunicação ineficaz, a sobrecarga de informação e a hiperconectividade desvinculam os indivíduos de suas emoções, transformando-os em meras engrenagens de uma máquina implacável. Nesse cenário, o questionamento do status quo torna-se impensável, por receio de ser considerado 'fraco' ou 'incompetente', intensificando a vulnerabilidade emocional. Essa alienação, descrita por Marx como a perda de significado e a desumanização no trabalho, é uma das consequências da exploração que leva à vulnerabilidade emocional.

O reconhecimento, quando escasso e seletivo, deixa de ser um incentivo genuíno e se transforma em uma ferramenta de controle, aumentando a vulnerabilidade emocional dos trabalhadores. As empresas podem utilizá-lo para recompensar aqueles que se submetem às práticas de gestão tóxicas e para punir aqueles que questionam o status quo, criando um ambiente onde a lealdade e a subserviência são mais valorizadas do que a competência e a integridade. A falta de reconhecimento leva os trabalhadores a se sentirem desvalorizados e desmotivados, questionando o significado de seu trabalho e duvidando de suas próprias capacidades. Essa desvalorização contribui para a erosão da autoconfiança e o agravamento da vulnerabilidade emocional. A busca por reconhecimento se torna um ciclo interminável de frustração, onde o esforço nunca é suficiente e as recompensas são inatingíveis. Essa frustração constante leva à exaustão emocional, ao ressentimento e à alienação, prejudicando a saúde mental e a qualidade de vida dos trabalhadores

Vemos a evolução de um panorama preocupante do ambiente de trabalho contemporâneo. A cultura da exaustão, a pressão constante por alta performance, o reconhecimento escasso e seletivo, a cultura do silêncio e a alienação se combinam para criar um cenário de vulnerabilidade emocional generalizada. As empresas, ao invés de oferecerem soluções genuínas para o bem-estar de seus funcionários, muitas vezes se valem de discursos e práticas que servem apenas como ilusão, mascarando a realidade de um ambiente tóxico e explorador.

A urgência de uma mudança radical se faz evidente. É imperativo que as organizações repensem suas práticas de gestão e adotem abordagens mais humanas e sustentáveis. A saúde emocional dos trabalhadores deve ser colocada no centro das decisões, com a implementação de políticas e práticas que promovam a comunicação aberta, a transparência, o reconhecimento justo e o respeito à individualidade. A construção de um ambiente de trabalho saudável e equilibrado exige um compromisso coletivo. É necessário que os trabalhadores se unam para exigir seus direitos e para denunciar as práticas abusivas. As empresas, por sua vez, devem assumir a responsabilidade de criar um ambiente onde a saúde emocional seja priorizada e onde o bem-estar seja uma realidade, e não apenas um discurso vazio.

A transformação do ambiente de trabalho não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma necessidade para a sobrevivência das próprias empresas. A longo prazo, a cultura da exaustão e a exploração da vulnerabilidade emocional levam à queda da produtividade, ao aumento do absenteísmo e à perda de talentos.

Apenas um ambiente de trabalho saudável e humano pode garantir o sucesso e a sustentabilidade das organizações no futuro.

 

Terapia para que?

1 agosto, 2024

Já pararam para pensar na loucura que é viver nesse mundo na atualidade? Não que antes fosse tranquilo, mas nos últimos anos as coisas mudam tão rápido que a gente mal pisca e já estamos em outra realidade. Imagina que antes a vida era como um quebra-cabeça com peças grandes e fáceis de encaixar. Agora, as peças são minúsculas, irregulares e mudam de lugar o tempo todo! É como se a gente estivesse tentando montar um castelo de areia numa tempestade.

Quando começou a ficar desafiador, o conceito que surgiu para descrever o mundo foi VUCA -  Um mundo Volatil, Incerto, Complexo e Ambíguo. Agora esse conceito já não dá mais conta do recado, pois,  vivemos em um contexto ainda mais desafiador: Brittle, Anxious, Nonlinear e Incomprehensible (BANI) - B frágil, A ansioso, N não linear e I incompreensível -  onde, as transformações constantes e a sobrecarga de informações nos levam a um estado de ansiedade quase crônica, afetando nossas relações, nossa identidade e nosso propósito de vida.  

Tudo fica mais confuso e a gente se vê perdido em meio a tantas transformações. É normal se sentir assim, afinal, somos seres humanos e precisamos de tempo para nos adaptar a essas mudanças.

Mas, e quando esse sentimento de desorientação se torna constante? Quando a ansiedade, a tristeza e a angústia passam a fazer parte do nosso dia a dia? É aí que a gente começa a se questionar: Quem sou eu? O que eu quero da vida? Qual o meu propósito?

É nesse momento que a terapia se torna uma verdadeira aliada. Ao invés de ficarmos à deriva, navegando em um mar de incertezas, a terapia nos proporciona um espaço seguro para explorarmos nossos sentimentos, emoções e pensamentos mais profundos.

Com o apoio de um terapeuta, podemos trabalhar  com mistérios do nosso inconsciente, identificar padrões de comportamento que nos limitam e ressignificar experiências dolorosas. É como se a terapia fosse uma espécie de mapa que nos guia através do labirinto da nossa mente, ajudando-nos a encontrar a saída.

Atuando sob a luz da abordagem junguiana, desenvolvida por Carl Jung um dos mais importantes psicólogos do século XX, na qual acreditava que todos nós carregamos dentro de nós arquétipos, ou seja, padrões universais de comportamento e pensamento que moldam a nossa personalidade.

Ao explorar esses arquétipos, podemos compreender melhor as nossas motivações, medos e desejos. A terapia junguiana nos convida a embarcar em uma jornada de autoconhecimento, buscando integrar as diferentes facetas da nossa personalidade e alcançar um estado de equilíbrio e harmonia interior.

E aí, pronto para essa jornada?

Se você está se sentindo perdido, confuso ou simplesmente precisando de um tempo para cuidar de si mesmo, a terapia pode ser a chave para encontrar um novo significado para a sua vida.

Lembre-se: você não está sozinho nessa! A terapia é um espaço para você ser quem você é, sem julgamentos.

Vamos conversar?

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